Uma análise feita pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos com base em quase 140.000 partos observou que as mulheres passam atualmente mais tempo em trabalho de parto natural do que há 50 anos. Elas também pesam mais e são, em média, quatro anos mais velhas ao darem à luz. O estudo foi publicado na última edição do periódico American Journal of Obstetrics and Gynecology.
A equipe de pesquisadores comparou dados do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD, na sigla em inglês) de quase 40.000 partos realizados entre 1959 e 1966 com aproximadamente 100.000 partos que ocorreram entre 2006 e 2008 nos Estados Unidos. O estudo revelou que, embora o parto natural ainda seja prevalente, a taxa de cesáreas aumentou em quatro vezes no período da análise: o procedimento representava 3% nos anos 1960 e, nos anos 2000, 12%.
Mudanças — Os pesquisadores identificaram que, nesse período, a duração da primeira fase do trabalho de parto — ou seja, quando começam as contrações, levando à dilatação do colo do útero — ficou 2,6 horas mais longa entre mães de primeira viagem e 2 horas entre aquelas que já haviam dado à luz anteriormente. Além disso, as mães da geração mais recente tinham tendência a pesar mais: o índice de massa corporal (IMC) delas antes da gravidez foi de, em média, 24,9, enquanto o daquelas que foram mães nos anos 1960 foi de 23. Um IMC maior do que 25 é considerado sobrepeso e maior do que 30, obesidade. Essas mulheres também eram cerca de quatro anos mais velhas quando deram à luz em comparação com a geração anterior e seus bebês nasceram, em média, cinco dias mais cedo e tinham tendência a pesar mais do que as crianças dos anos 1960.
Para os pesquisadores, parte da explicação para tais mudanças se deve às alterações que ocorreram na prática das salas de parto durante os anos. Uma delas consiste no aumento da utilização da anestesia epidural, utilizada para aliviar a dor do trabalho de parto: a substância foi utilizada em mais da metade dos partos recentes, enquanto, em 1960, foi utilizada em apenas 4% dos partos. De acordo com os autores do estudo, essa anestesia é capaz de aumentar o tempo em que dura o trabalho de parto.
No entanto, esse não é o único fator que pode explicar essas mudanças. Segundo a pesquisa, os médicos administraram o hormônio da ocitocina mais frequentemente nos partos recentes: 31%, em comparação com os 12% nos partos dos anos 1960. O hormônio costuma ser dado às pacientes para acelerar o trabalho de parto, geralmente quando as contrações parecem ter diminuído. Para a equipe, sem o seu uso, o aumento do tempo de duração do trabalho de parto nos últimos anos poderia ter sido muito maior.
Outros estudos são necessários para que uma melhor reflexão seja feita em relação às outras mudanças ocorridas nos últimos 50 anos, como a diminuição do uso da episiotomia, incisão feita na região do períneo para facilitar a saída do bebê. Os pesquisadores acreditam que, embora o trabalho não tenha identificado todos os fatores que contribuíram para o aumento do tempo do trabalho de parto, os resultados já são suficientes para indicar a necessidade da reavaliação das práticas em relação ao parto.
2 comentários:
E as vzes so dura mais por eles quererem tanto um parto normal mesmo quando vem que nao da como foi no meu caso.bj
E normal amiga.. eu cm meu rn tb e passagem rapida ks
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