16 janeiro 2012


Supernanny

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Segue uma matéria muito interessante da Cris Poli.



A educadora e apresentadora do "Supernanny", do SBT, a argentina Cris Poli, de 61 anos, colocou tudo no papel. Algumas histórias de seu casamento e de sua família, citações da Bíblia e, principalmente, a grande crença que norteia seu trabalho: a necessidade de se voltar à educação nos moldes mais antigos, com limites, regras e disciplina. O resultado foi o livro "Filhos autônomos, filhos felizes" (Editora Gente), que ela está lançando em todo o País. Em um dos capítulos, Cris comenta que uma geração recente evitava dizer "não" aos filhos "para que não ficassem traumatizados". Assim, segundo a apresentadora, crianças e adolescentes cresceram sem medidas e se transformaram em protagonistas de cenas de violência que estão em todos os jornais. "Jovens estão matando pais e avós; tomam uma série de atitudes equivocadas, transformando-se em verdadeiros marginais", escreve ela. Entre dezenas de conselhos, dicas e exemplos, Cris Poli bota os pontos nos is: o pai deve dar a direção da casa, você precisa impor limites ao seu filho desde bebê, castigo é diferente de disciplina e como fazer para melhorar seu casamento.
O livro é mais pessoal do que o Supernanny. Você fala da sua vida e o pontua com salmos e provérbios, citações da Bíblia...

Cris Poli- O livro tem como objetivo ampliar um pouco mais, aprofundar o que é dado no programa. E tem mais a minha cara.

Você é evangélica?

Sou.

Há muito tempo?

Ah, sim... Dezessete anos. Coloquei as citações por que acho bom refletir sobre a palavra de Deus, que tem a ver com a educação, com o crescimento das pessoas.

Você conta que o início do seu casamento foi difícil e fala sobre a educação do seu neto menor...

Gosto de dar exemplos práticos, concretos. Mostrar que todo mundo tem dificuldades e que, com boa vontade, dá para resolver. A vontade de acertar é muito importante, assim como passar pelos obstáculos. Isso fortale as relações.



Acredita realmente que a educação liberal leva à violência e às atitudes equivocadas dos jovens?

É um tempo de muita permissividade. Os problemas de violência são conseqüência de uma geração que não podia dizer "não " aos filhos, que não podia "traumatizá-los". Claro que existe o problema social. Mas a violência entre os jovens é vista em todas as classes.

Muito dessa permissividade vem da culpa dos pais por trabalharem demais e acharem que não dão a atenção devida aos filhos?

O fato de o casal trabalhar fora é bem determinante nas atitudes que tomam. Principalmente, a mulher, que se sente ainda mais culpada por estar longe dos filhos. O problema é quando querem encobrir tudo não colocando limites. Acho que eles têm que aprender a se adaptar às circunstâncias. Não colocar limites pode prejudicar muito mais a criança.

As crianças de hoje podem tornar-se adultos equilibrados, seguros, como aquelas que foram criadas tendo a mãe por perto, o pai almoçando em casa, as conversas em família, à noite?

Acho que as crianças educadas hoje, mesmo ficando o dia todo com a babá, com a avó ou na escola, podem ser adultos equilibrados e felizes. É mais difícil, mas pode acontecer, sim. Os pais é quem têm que saber muito bem quem fica com as crianças. Dá mais trabalho ter essa preocupação, mas o retorno é gratificante. Devem procurar uma escola ou creche que tenha a ver com a educação que querem dar aos filhos, explicar a avó ou a babá exatamente como proceder, acertando com elas as regras e os limites.



Você diz no livro que "a fala do pai soa para os filhos de modo muito mais firme que a da mãe". O pai é quem deve dar a última palavra?

O pai e a mãe têm uma função complementar, os dois devem participar efetivamente da educação da criança. Mas o pai que não se mostra como autoridade gera a falta de um referencial masculino. Ele é cabeça do casal. A criança precisa ver o pai na sua posição e a mãe na posição dela. O que tenho encontrado nas casas onde vou é um pai ausente, que, quando aparece, é para gritar ou bater.

E se a mãe for solteira, viúva, enfim, sozinha?

A situação é mais complicada. Aí, é que está o desafio: exercer a autoridade e ser doce e compreensiva nos momentos certos. Quando os pais são separados, as crianças ficam realmente numa situação mais difícil. Mas é o tempo que nós vivemos. Temos que nos adequar a isso.

A TV , a internet e os videogames são apontados no livro como, muitas vezes, inadequados às crianças. O que os pais devem fazer?

É necessário colocar horários! Não pode deixar a criança livre para ver o que quiser, quando quiser. Há conteúdos de violência, pornografia, jogos que simulam matanças... A criança tem que dividir o tempo livre com outras atividades, com a família. Brincar, conversar, contar como foi o seu dia. Os pais devem ter controle sobre o que os filhos vêem: tem muita porcaria por aí. Se você não sabe o que seu filho está assistindo e por onde navega, não sabe da vida dele. Se notar que os jogos do videogame são violentos, têm que mandar parar! Se assistirem o tempo todo a esse tipo de conteúdo, tornam-se violentas também. É isso que vejo nas casas. Quando dizem: "Meu filho bate, grita, não dorme", pergunto logo o que ele assiste. Hoje os pais estão reclamando da permissividade de uma geração que não pôs limites.



Quando você indica a troca de um videogame por um brinquedo educativo, de montar, as crianças não ficam revoltadas?

As brincadeiras que introduzo são compartilhadas com os pais. E elas gostam de brincar com eles. Seria uma utopia se eu entrasse nas casas e dissesse: ´Seu filho não pode ver TV, navegar na internet e jogar videogames`. Tem que se chegar ao equilíbrio.

No livro, você conta o caso de um menino que guardou a mesada e perguntou ao pai se com aquele dinheiro poderia comprar uma hora dele para brincarem juntos...

É verdade. As crianças querem brincar com os pais. O problema é que, além da falta de tempo, os adultos não têm paciência. É mais fácil deixar o filho em frente à televisão. O que mais vejo é cada um num lugar da casa, assistindo a um programa diferente em seu próprio aparelho de TV, com o prato de comida na frente. Isso acaba com a família, com o casamento.

Você explica que "castigo "é punição, agressão, enquanto disciplina é ensino`. Muitas vezes, estão numa linha tênue. Como os pais devem evitar o castigo?

Qualquer lugar onde você vai, no seu trabalho ou no supermercado, tem regras. Em casa também tem que ser assim. É bom lembrar que elas podem ser mudadas conforme as necessidade, com o crescimento da criança. É essencial dar limites sem exaltar-se, sem perder o controle.

E as chantagens, as barganhas que muitos pais fazem para conseguir o que desejam dos filhos?

Chantagem não é bom. É melhor avaliar a criança pelo comportamento e incentivá-la. Não necessariamante com um presente. Se ela se comportar bem, você pode oferecer um passeio, no fim de semana, ou convidar um amiguinho dela para vir à sua casa, por exemplo.

Sempre elogiar e nunca humilhar a criança é um dos tópicos do livro. Isso é importantíssimo, não?

Se a mãe e o pai chamam o filho de burro, de incapaz, isso vai entrando na mente da criança, que se sentirá inseguro, incapaz mesmo, até quando adulto. Essas humilhações vão se refletir no colégio, nas relações sociais, na vida da pessoa, de forma geral. O importante é corrigir as coisas erradas sem ênfase e elogiar as certas, com entusiasmo e de modo sincero. Se você observar, é muito mais fácil enfatizar as coisas negativas do que as positivas. E é isso que deve mudar.

Em resumo, o que você prega no livro é a volta de uma educação mais severa?

Não, de uma educação mais firme. Sem medo de colocar limites, mas com amor. O amor sozinho acaba estragando. Os limites sozinhos ficam muito severos. Temos que resgatar os valores básicos, morais, da família, que se perderam com o tempo. É bom olhar para trás e encontrar um equilíbrio hoje, visando o futuro.


Cris Poli é educadora há 40 anos. Apresentadora do Reality Show Super Nanny, no SBT e autora dos livros "Filhos Autônomos, Filhos Felizes" e "Pais separados, filhos preparados.

4 comentários:

Aryana Martins disse...

Olá!
Que lindo o seu blog. Adorei!!!
Também gosto muito da Super Nanny, sou evangélica e acho que devemos buscar fundamentar as nossas atitudes na palavran de Deus mesmo. Também tenho um blog, quando puder, me faça uma visitinha:
http://maisdaleticia.blogspot.com

Beijos.

Aryana Martins disse...

Ah... vou te seguir tá? ;)

Ingrid Faria disse...

Também gosto da Super Nanny. Também sou evangélica e acho sim que devemos nos basear na palavra de Deus.
Adorei a entrevista

Beijos

Baby Rodrigues disse...

nossa muito interessante essa materia gostei muito parabens :}

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